13 de mai. de 2009

Oasis - São Paulo - 09 de Maio de 2009


Estava sozinho. Foram duas horas e meia do Brooklin, onde eu estava hospedado, até a estação Tietê. Umas 5 linhas de trem me separavam do Oasis. Saída do jogo do "Parmêra". Foi bom para me habituar com a rotina de São Paulo. É uma cidade bizarra para quem é de fora. Toda vez que eu vou lá me acho um jeca. (E olha que eu já morei em Nova Iorque). Afinal eu moro na maior roça do mundo, Belo Horizonte, que não teve a competência de receber os músicos de Manchester.

Voltando à estação Tietê. Desembarquei e dei de cara com um ponto de taxi que levaria, por míseros R$20,00, os fãs até a Arena Anhembi. Nesse momento tratei de arrumar uma capa de chuva e alguém que toparia dividir o taxi até o local. Acabei conhecendo nesse taxi uma turma de Fortaleza muito gente fina que me fez companhia até o fim do show.

Chegando lá tratamos de tomar algumas cervejas e entrar rápido no espaço destinado aos pobres: a pista comum. Era um lugar espaçoso mas muuuito longe do palco. Não dava pra acreditar no tamanho da área vip. Era a metade da frente. Ou seja, a partir de agora, área vip é a parte da frente e não um lugar onde as (poucas) very important people se instalam luxuosamente. O negócio é reservar a frente pra quem tá disposto a pagar R$400,00 por cabeça.

A pontualidade inglesa é incrivel. Exatamente as 22h começou o show com "Fuckin’ In the Bushes". Eu ainda estava entrando. Acho essa música meio esquisita e não lamentei tanto ter perdido metade dela. Mas pela metade que eu escutei, achei uma boa entrada.

Choque mesmo eu só tive a partir da segunda música. O Oasis não tem hits, tem hinos. E, na minha opinião, "Rock’n’Roll Star" é o maior deles. É a música que resume o Oasis. Foi executada com perfeição e com uma vontade digna da banda que fez sucesso com o álbum "Definely Maybe" em 1994. Chorei muito. Era o momento que eu estava esperando e acontecia logo no início do show.

"In my mind my dreams are real.
Now you concerned about the way I feel "

Depois veieram "Lyla" e "The Shock of the Lightning" (esta do novo album), as duas muito bem cantadas. Liam estava com sua pose clássica: mãos pra trás, coluna torta e microfone ligeiramente mais alto que sua cabeça. É o que se espera dele. Sempre com o olhar de desdenho e de vez em quando tenta fazer alguma coisa para chamar atenção da platéia. E tudo sem querer agradar ninguém.

Bem mais simpático, Noel cantou muito bem em "Waiting for the Rapture" e "The Masterplan". Ele até brincou com alguma coisa da chuva. Não entendi direito o que ele disse (afinal eu devia estar a uns 100 metros do palco). Todas as vezes que o Oasis foi em São Paulo teve chuva e ele achou que fosse perseguição.

Fiquei sabendo depois que Liam ficou bravo com as coisas que jogavam nele da platéia. Noel disse: "Se continuarem jogando coisas vamos sair do palco". Outra grande performance foi a de "The Importance of Being Idle" que foi tocada antes de "I'm Outta Time". Ainda tocaram "Wonderwall", anunciada sem rodeios por Liam, e "Supersonic" que foi um dos primeiros sucessos deles.

Set List:

Fuckin' In the Bushes
Rock'n'Roll Star
Lyla
The Shock of the Lightning
Cigarettes & Alcohol
The Meaning of Soul
To Be Where There's Life
Waiting for the Rapture
The Masterplan
Songbird
Slide Away
Morning Glory
Ain't Got Nothing
The Importance of Being Idle
I'm Outta Time
Wonderwall
Supersonic


BIS:

Don't Look Back in Anger
Falling Down
Champagne Supernova
I Am the Walrus

Era tudo muito louco. Não dava pra acreditar que eu estava ali. Bebi muito, chorei (que nem uma tiete dos Beatles) com outros fãs da banda e cantei até perder a voz em "Don’t Look Back in Anger" (isso já no fim do show). Fiz tudo o que queria fazer num show do Oasis.

Me lembrei da primeira vez que eu escutei Oasis. Tinha uns 11 anos. Uma estagiária do escritório da minha mãe me emprestou o "What’s The Story" e "Parklife" do Blur. Deve ter sido a primeira vez que eu larguei durante um bom tempo meus CD’s dos Beatles. Valeu a pena. O Oasis mudou de vez a forma que eu entendia o Rock. Eu vi que aquilo era uma coisa cíclica e que uns roqueiros mais novos aprendem com os outros mais velhos. E que a coisa evoluía mas não perdia o espírito. E esse espírito os irmãos Gallagher tem de sobra.


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Cachorro Grande

Abaixo escrevi algo que pode não te agradar. Se vc gosta de Cachorro Grande NÃO LEIA por que eu não vou dar a mínima para o seu comentário ofendido!!!

ISSO NÃO PASSA DE UMA OPINIÃO!

Perdi a abertura do Cachorro Grande. Mas já posso dizer que isso foi bom. Prefiro ficar num trem barulhento e lotado de Palmeirenses do que ouvir uma banda metida a indie (que aparece de 5 em 5 minutos na MTV) com um vocalista que força voz distorcida. Infelizmente o rock brasileiro ainda é muito incompetente.
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É isso...
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Um comentário:

V disse...

entro sempre, mas nunca comento...
só que esse post merece um comentário! arrependi horrores de não ter ido... inveja boa de você!
beijo!